Como desigualdade social podemos entender a diferença de poder aquisitivo entre as classes econômicas de um determinado país. A consequência direta da desigualdade social, principalmente nos países menos desenvolvidos é a pobreza.
No entanto, podemos desmembrar a desigualdade social em diversos aspectos, envolvendo desde desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho até a desigualdade de escolaridade. A desigualdade social, no conjunto, transforma-se quase sempre na desigualdade econômica, marcando a distribuição desigual de rendas.
Em nosso país, a desigualdade social é uma das características mais importantes, já que somos um dos piores países do mundo neste tipo de diferença entre as classes sociais. Embora tenhamos tido a oportunidade de, há alguns anos, sermos considerado a oitava potência econômica do mundo, também estávamos carregando a tocha de oitavo país com maior índice de desigualdade econômica.
Desigualdade social no Brasil em 2019 – Argumentos
Para muitos estudiosos, a desigualdade social no Brasil remonta ao Brasil Colônia, antes do Império, quando tínhamos 3 pilares que estratificavam a população brasileira, apoiando a desigualdade econômica: a influência dos colonizadores, os padrões de títulos de posse de latifúndio e a escravidão.
Essas 3 variáveis foram de forte contribuição para que a desigualdade social se tornasse um grave problema brasileiro, persistindo através dos tempos e ganhando maior relevância principalmente em virtude do processo de modernização que ocorreu no Brasil a partir da Proclamação da República.
Com o desenvolvimento ocorrido no Brasil enquanto nação, cresceram também os índices de miséria, de diferenças entre as classes sociais, de dificuldade de acesso à educação e à saúde, criando uma grande concentração de renda, gerando desemprego, aumentando a fome e a miséria que atinge, até hoje, milhões de brasileiro, condições que não podem ser relegadas a segundo plano quando estamos vivendo no século XXI.
Com o tempo, a desigualdade social sempre tende a aumentar. Para os provenientes de famílias mais pobres, existem menos chance de obter níveis mais altos de educação. Possuindo níveis inferiores de escolaridade, essas pessoas têm menos probabilidade de conseguir uma posição melhor na sociedade, de ter uma profissão de prestígio e conseguir melhor remuneração.
Muito embora os últimos governos tenham criado ações para reduzir a desigualdade social, o caminho a percorrer ainda é longo, necessitando de constante atenção com relação às providências de fornecer escolaridade, segurança e saúde, uma situação que estamos vendo, durante a crise que estamos passando, criar um processo de regressão e não de avanço.
Desigualdade social: combater é dever de todos
A desigualdade social deixou de ser, não só no Brasil como no mundo todo, uma responsabilidade de cada governo, cabendo também às entidades de cunho universal atitudes que possam combater a fome e a miséria, num primeiro momento.
É preciso pensar em investir nas pessoas para que tenham condições de competir em igualdade de condições no mercado de trabalho e esse trabalho não pode ser feito em apenas uma geração.
Enquanto analisamos a situação brasileira, vemos que, dos 204 milhões de pessoas, apenas uma pequena quantidade, ou menos de 20%, possui hoje condições de educação e padrão de vida que podem ser comparados a países desenvolvidos. Os outros 80%, ou a maioria da população encontra-se em níveis mais modestos, podendo em alguns casos ser comparados aos padrões africanos.
Como consequência da desigualdade social, temos os grandes problemas que nos afetam diretamente, podendo ser vistos a toda hora e todo momento:
- Aumento das favelas nas grandes cidades, com proliferação nas cidades do interior;
- Crescimento de fome e de miséria em todos os centros urbanos;
- Aumento da mortalidade infantil, do desemprego e da criminalidade;
- Crescimento de classes sociais de menor poder aquisitivo;
- Atraso no desenvolvimento econômico da nação;
- Dificuldade de acesso a serviços básicos de saúde, transporte público, saneamento básico e educação.
Como sociedade, o Brasil deve entender que, sem um efetivo Estado democrático, não teremos condições de combater ou reduzir a desigualdade social entre nós. Cabe ao conjunto da sociedade criar meios para o desenvolvimento social e estabelecimento de um conjunto de regras que possam minimizar a desigualdade social.